Laboratório de Jornalismo B - professora Cynthia Andretta, Ivete Cardoso Roldão e Luiz Roberto Saviani
PROJETO ELEIÇÕES - ENTREVISTA
PRODUÇÃO DE NOTÍCIA
RMC tem apenas 62% da chuva esperada até o mês de agosto de 2018
Cinco dos oito primeiros meses do ano foram mais secos do que em 2014, na Crise Hídrica
Por Luiza Lanna
O Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, o Cepagri, divulgou informações sobre a expectativa de chuvas na Região Metropolitana de Campinas. O mês de agosto superou a média climatológica, ou seja, choveu mais do que a média de todos os anos anteriores, desde 1989. Apesar da grande quantidade de chuva no mês de agosto, até agora, o ano de 2018 teve apenas 539,8 milímetros de chuva, contra a expectativa de 882 milímetros até o mês de agosto.
Isso significa que choveu apenas 62% do esperado até o momento e esse pode ser um dos anos mais secos desde 2014, quando a falta de chuvas acelerou o processo de seca das fontes de água, o que resultou em uma Crise Hídrica no Estado de São Paulo.
Ainda segundo o Centro, em 2014, o mês de agosto teve 6,35mm de chuva, quase 91% a menos do que agosto de 2018, com 70,1mm. Em contrapartida, este ano tem cinco meses com menos chuva do que 2014 – março, abril, maio, junho e agosto.
Os dados revelam que a situação é um alerta, porque as chuvas são irregulares. Em 2014, o estado crítico da falta de água fez com que medidas fossem adotadas em algumas cidades do Estado de São Paulo, como o racionamento de água. Campinas também passou pela Crise Hídrica e desde lá, adotou medidas para evitar que um quadro tão crítico se repetisse.
Rogério Menezes, Secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas afirma que foram feitas diversas ações entre a prefeitura e a Sanasa para que a cidade se tornasse menos vulnerável no caso de um novo estado de alerta. Para isso, foi criado um Plano Municipal de Recursos Hídricos, “Esse plano criado em 2016 tem algumas metas para serem realizadas até 2026, e que já estão em andamento, como a a recuperação de hectares, nascentes, áreas de preservação, plantio de mudas, fossas sépticas na área rural”.
O nível de água do Sistema Cantareira, o qual abastece Campinas e algumas cidades da região pelo Rio Atibaia e Capivari está em 38,5%, de acordo com Coordenador Adjunto da câmara técnica de monitoramento hidrológico do Comitê PCJ – Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – Paulo Tínel. Para ele, o nível da água é de atenção, principalmente por conta do período de indefinição, “Requer atenção e acompanhamento das precipitações pluviométricas. Como estamos com um cenário de incerteza, é preciso ter consciência que a água é racional e finita”.
Ainda segundo o Secretário Rogério Menezes, no caso de falta de chuvas muito intensas, Campinas não viveria uma nova Crise Hídrica, “A falta de chuva é a mesma, mas Campinas está em outra situação que 2014, em um cenário menos vulnerável”.
As ações feitas pela Prefeitura para sair da degradação e recuperação tem resultados apenas a médio e longo prazo. Em curto prazo, o Secretário afirma que Campinas depende do governo do Estado de São Paulo, como algumas ligações feitas entre Bacias.
Além do trabalho de contenção dos estragos feitos ao meio ambiente que propiciaram situações extremas, como o caso de 2014, Rogério Menezes revela que antes da crise, em 2013, não havia nenhum tipo de planejamento voltado ao Meio Ambiente e a fiscalização ambiental no fim de 2012 não emitiu nenhuma multa.
Hoje, os 8 milhões em multas emitidas vão para o Fundo de Proteção do Meio Ambiente. O secretário ainda ressalta que poderia haver uma melhora na ampliação de cisternas e captação de água de chuva, “Uma boa alternativa seriam as “piscininhas” com agua da chuva para usos menos nobres”, finaliza.
PRODUÇÃO DE NOTÍCIA - VERSÃO INGLÊS
Metropolitan Region of Campinas has only 62% of the rain expected until the month of August
Five of the first eight months of the year were drier than 2014, in the Water Crises
The Center of Meteorological and Climatological Applied Researches to Agriculture from Unicamp, the Cepagri, has disclosed some information about the rain expectation in Metropolitan Region of Campinas. The month of August has exceeded the climatological average, that means it has rain more than the average of all the past years, since 1989. Despite the big quantity of rain in August, until now, the year of 2018 has only 539,8 millimeters of rain, against the expectance of 882 millimeters until the month of August.
That means, it rained only 62% of the expectance until the atual moment and this could be one of the most dry years since 2014, when the lack of rain has accelerated the process of dry on the water sources, what results in a Water Crises in the state of São Paulo. Also according to the Cepagri, in 2014, the month of August had 6,35mm of rain, almost 91% less than August 2018, with 70,1mm. In contrast, this year has five months with less rain than 2014 - March, April, May, June and August.
This data reveal that the situation is an alert, because the rains are irregular. In 2014, the critical condition of the water lack has contribute to some cities of the state of São Paulo to take some measures like the water rationing. Campinas passed to the Water Crises and, since there, has adopte measures to avoid a new critical scenario.
Rogério Menezes is the Secretary of Green, Environment and Sustainable Development of Campinas. He affirms that a lot of actions were made by the City Hall and the Sanasa to make the city less vulnerable in case of a new alert. For this, a Municipal Plan of Water Resources was created, “this Plan created in 2016 has some goals to be realized until 2026, and some of them are already in progress like the recuperation of hectares, sources, preservation areas, planting of seedlings, septic tanks in the rural area".
The level of water of the Cantareira System, that supplies Campinas and some cities of the region by the River Atibaia and Capivari, is on 38,5%, according to the Coordinator of the Hydrological Committee PCJ - Committee of Watersheds of rivers Piracicaba, Capivari and Jundiaí - Paulo Tínel. For him, the water level deserves attention, mainly because of the undefined period, “deserve attention and observation on the precipitations, we are on an undefined scenario, we need to have conscious that the water is finite”.
According to the Secretary Rogério Menezes, even in case of an intense lack of rain, Campinas wouldn’t live a new Water Crises, “the lack of rain is the same of 2014, but Campinas is on a new situation, is a less vulnerable scenario”.
The action made by the City Hall to go out a degradation and start the recuperation have results just in medium or long deadline. In short deadline, the Secretary affirms that Campinas depends on some actions by State Government of São Paulo, like some connections made to rivers.
Beyond of the work on the damage made in environment that contributes to extremely situations, like the case of 2014, Rogério Menezes reveals that before the Crises, in 2013, doesn’t have any kind of planning focused to environment and the environment inspection at the end of 2012 didn’t issued any fine.
Today, the 8 millions reais in fines issued go to the environment protection. The Secretary still emphasize that could be an expansion of cisterns and rainwater harvesting, “a good alternative would be the “little pools” with rain water to use on comum activities”, he finalize.
PROGRAMA DE RÁDIO - GIRO RMC
PRODUÇÃO DE REPORTAGEM EM GRUPO
60% dos idoso de Campinas dependem do SUS
Com serviço precário e plano de saúde caro, a terceira idade fica prejudicada
Por Amanda Furlan, Anna Luiza Bonin e Luiza Lanna
Uma projeção populacional feita pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) em Campinas aponta que a cidade terá mais que o dobro de idosos em 2050. Segundo o estudo, Campinas possuía no ano passado 172 mil idosos. Na projeção em 2050, serão 388 mil, o que representa um aumento de 125% no número de população idosa.
Essa tendência é vista não somente aqui na cidade, mas no mundo todo. O número de crianças (até os 15 anos) e jovens (até os 29 anos) é cada vez menor em relação à população acima dos 30 anos. Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 12% da população mundial tem 60 anos de idade ou mais. Em 2050, essa proporção será de 21%.
O aumento no número de idosos pressiona os sistemas previdenciários e, principalmente, de saúde, o que já pode ser visto em Campinas. Somado à crise econômica, é cada vez maior o número de pessoas que deixam de possuir planos de saúde e passam a depender do sistema de saúde público, o SUS. Na cidade, de acordo com Rogério de Oliveira Araújo, coordenador da Área Técnica da Saúde do Idoso, há 145.225 habitantes com mais de 60 anos, sendo 83.332 do sexo feminino e 61.893 do sexo masculino. “Deste total, estima-se que 60% desta população – cerca de 87.135 pessoas – seja atendida pelo SUS da cidade e o restante seja atendida pela saúde privada”, afirma.
O envelhecimento da população é consequência da combinação da diminuição da taxa de fertilidade, ou seja, o número médio de filhos por mulher é cada vez menor, e do aumento da longevidade, devido aos avanços da medicina e das melhores condições nutricionais e sanitárias.
Para a médica do SUS, Maria José Macedo, o aumento na demanda no sistema público é o maior problema da saúde do idoso atualmente. Além disso, a falta de uma medicina preventiva sobrecarrega ainda mais o sistema, o que poderia ser evitado. “Não temos uma Medicina Preventiva atuante de forma efetiva, e no decorrer da vida, o idoso adquire vários problemas de saúde, se tornando um paciente que deverá passar por vários especialistas. Isto demanda tempo, paciência e um tratamento multidisciplinar”, afirma. “Acho importante ter a rotina de sempre passar por um clínico geral, muitos problemas podem ser evitados – adiados – e, se descobertos, terão um tratamento menos agressivo”, complementa.
Porém, os agendamentos pelo SUS são demorados o que impossibilita, muitas vezes essa medicina preventiva e multidisciplinar. Mário Bonin, 83 anos, acredita que é necessário aumentar o número de visitas médicas domiciliares para as pessoas que não tem condições de se deslocarem para os postos de saúde e hospitais e também melhorar o agendamento de consultas e exames. “Já esperei por cerca de dois anos para conseguir uma consulta de cardiologista. Isso é muito ruim, principalmente porque muitas pessoas estão com problemas graves de saúde e precisam aguardar por um longo tempo na fila”, conta.
Com relação ao tempo de espera em consulta especializada e a falta de medicamentos, o coordenador Rogério de Oliveira Araújo afirma que a situação precisaria ser avaliada caso a caso para identificar a real necessidade do usuário. Além disso, de acordo com ele, a Atenção Primária está preparada para resolver cerca de 80% da demanda, independentemente da faixa etária, segundo dados da Política Nacional da Atenção Básica (PNAB). “Em casos mais complexos, trabalhamos com critérios de avaliação de risco e vulnerabilidade do paciente para ser encaminhado a um centro de referência (CRI), passando por uma avaliação no Centro de Saúde, ou a uma especialidade”, completa. Ele ainda afirma que atualmente está em desenvolvimento no município um programa de prevenção à mortalidade precoce por doenças crônicas, para atender de forma mais eficiente a população idosa, mas não especificou quais ações são feitas pela prefeitura.
Segundo a médica Maria José Macedo, Campinas apresenta carência de leitos em UTI, um atendimento que os idosos sempre necessitam quando têm complicações. No entanto, Maria acredita que a cidade possui equipes muito boas, especialmente no Hospital Municipal Mário Gatti, no Hospital das Clínicas da Unicamp e no Hospital da PUC-Campinas. “Eles fazem o possível, dentro do repasse que conseguem”, afirma. Ainda segundo ela, O SUS tem atendimento para medicações de alto custo de muita importância, fazendo com que muitos idosos sejam beneficiados.
A médica acredita que a crise econômica tirou muita gente dos planos de saúde privados, por serem muito caros e aumentarem de valor com a idade, o que fez com que o SUS ficasse lotado. Para ela, “precisamos de bons gestores e políticos que enxerguem a longo prazo os problemas de saúde do Brasil; caso contrário, vai ser um caos”.
Foi o que aconteceu com Cristina Moreira Masotti. Ela é dona de casa e parou de pagar o plano de saúde pelo valor. “Quando fiz 59 anos, o valor do plano de saúde dobrou e, em nenhum momento, fui avisada pelo convênio que haveria esse aumento”, conta. Por não ir muito no médico e o valor já estar incompatível com o que o plano oferecia, a dona de casa decidiu parar de pagar. “Se eu precisar do SUS, vou utilizar e, se conseguir, pago uma consulta particular, o que, para mim, compensa mais”, afirma. “Já havia muita demora para marcar uma consulta pelo convênio, acredito que pelo SUS essa demora é ainda maior”, relata Cristina. “Agora que os idosos estão vivendo mais, o governo deveria pensar mais neles, na saúde, mas isso não acontece”, complementa.
Há também casos de pessoas que sempre dependeram do SUS, por não possuírem condições financeiras para pagar plano de saúde. É o que acontece com Mário Bonin, de 83 anos. “Atualmente recebo de aposentadoria cerca de mil reais, porém o plano de saúde básico seria em torno de R$1.400”, conta.
Bonin começou a utilizar o SUS com mais frequência nos últimos 30 anos, devido a uma hérnia causada por carregar peso no seu antigo trabalho. “Já realizei diversas consultas médicas, cirurgias como a de hérnia e ortopédicas, além de exames. Há cinco anos tive uma fratura no fêmur direito e três anos depois no esquerdo, isso prejudicou minha mobilidade. Recebo atendimento médico e de enfermagem em casa duas vezes ao ano”, relata.
No entanto, o aposentado vê alguns problemas no sistema de saúde público, como a falta de medicamentos básicos. “Recebo ajuda dos meus dois filhos para gastos com alguns remédios e insumos, pois na maioria das vezes os postos de saúde estão com falta de medicamentos”, afirma.
Comunicação e Cidadania - professor Gilberto Roldão
PRODUÇÃO DE REPORTAGEM
“Amélia” moderna busca espaço no mercado de trabalho
Elas ocupam cargos “para homem”; apesar das vitórias, a diferença salarial ainda existe.
Por Luiza Lanna
Raquel Santiago Pereira é a única mulher na produção industrial da fábrica que trabalha, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.. A empresa é de produções gráficas e lá são feitas placas e banners. Ela é serralheira e ajudante da marcenaria, "na parte de serralheria eu corto ferro, lixo, limpo, se precisar, eu vou aprender”. Ela conta ainda que divide os serviços com outros afazeres, “vou pra academia, tenho uma filha de onze anos e cuido da casa”. Ela é uma das mulheres que estão ocupando profissões que antes eram consideradas para homem.
Mas antes, é preciso entender porque as profissões tiveram algumas divisões durante a história. “Amélia” é o nome que tem significado coloquial no dicionário Michaelis de "mulher apática e serviçal que, por amor a seu homem, aceita passivamente todo tipo de humilhações e privações”. Por muitos anos esse significado se encaixou em uma sociedade patriarcal. As mulheres foram exclusivamente cuidadoras do lar e, em maioria, submissas aos maridos que trabalhavam fora.
Essa realidade começou a mudar durante as guerras mundiais, quando muitas mulheres assumiram os negócios da família e uma posição no mercado de trabalho, já que os homens iam para os confrontos. A ascensão do capitalismo fez com que as mulheres passassem cada vez mais a continuar no mercado de trabalho.
E aí, a “Amélia” passou a ser a que "não tinha a menor vaidade e que era mulher de verdade”, como dizia na música criada em 1940 por Mário Lago e Ataulfo Alves. Na música “Ai que saudades da Amélia”, não se sabe exatamente qual o sentido que os autores quiseram atribuir à mulher naquela época, mas uma coisa é certa: as 51,6% mulheres que compõe a sociedade brasileira, de acordo com o IBGE 2017, são realmente mulheres que estão se inserindo cada vez mais no mercado de trabalho e conquistando direitos e desejos pessoais e profissionais.
De acordo com Juliana Sícoli, advogada especializada em Direito do Trabalho e Constitucional, existem leis brasileiras que amparam as mulheres, mas muitas não tem conhecimento, “tanto na Constituição Federal quanto na CLT e existem outras leis que vieram depois, complementares, que deram garantia e mais abertura para direitos das mulheres, junto com o avanço cultural da mulher na luta dos direitos”.
E não é só em alguns ambientes profissionais que é possível ver a presença de mais homens do que mulheres. No próprio âmbito acadêmico, há essa diferença. Georgia Mantovani Gracie é estudante do terceiro ano de Engenharia da Computação na Facamp. Ela se surpreendeu no primeiro dia de aula, quando entrou na classe e viu que era a única menina, "por ter escolhido fazer engenharia, eu ja imaginava que não teriam muitas meninas, mas ser a única, eu não imaginava.”. Ela diz que apesar da surpresa inicial, se enturmou fácil e não sofreu preconceito.
Igualdade salarial garantida por lei
De acordo com o Artigo 377 da CLT, a Consolidação das Leis de Trabalho, "A adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres é considerada de ordem pública, não justificando em hipótese alguma, a redução de salário.”. Juliana explica que mesmo bem amparadas em direitos, as mulheres não podem ter pagamento inferior ao do homem em mesmas funções ou especificações e isso pode gerar penalidades com aplicações de multas entre outras sanções, determinadas pelas Delegacias Regionais do Trabalho e Emprego, as empresas. Ela ressalta que a diferença de salários é uma questão preocupante, "nos dias de hoje, mesmo depois de tantas lutas, conquistas e direitos assegurados as mulheres, elas ainda se deparam com a questão da diferença salarial com os homens. No Brasil, mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens".
Um exemplo dessa diferença salarial pode ser visto dentro do esporte, com exemplos clássicos. De acordo com o site Yahoo! Esportes, Neymar ganha atualmente aproximadamente 137 milhões de reais por ano. Já Marta, que foi eleita pela sexta vez a melhor jogadora do mundo, em 2018, tem o salário de 1,9 milhões de reais ao ano, aproximadamente 72 vezes menor que o jogador.
E mulheres que praticam esportes tem dificuldade de encontrar patrocinadores, como é o caso de Gabriela Vasconcelos, que é lutadora de braço profissional e campeã mundial na modalidade por mais de vinte vezes. Ela afirma que mesmo com a trajetória de sucesso, falta apoio financeiro de patrocinadores. "Eu tenho arcado com todas as despesas para participar desses campeonatos e aí fica claro que o amor pelo esporte é mais forte que qualquer coisa.”. Em 2018, ela vai produzir o próprio campeonato para incentivar o crescimento da luta de braço e a valorização da participação feminina no esporte.
O mercado da aviação também é historicamente dominado por homens. Pilotos, mecânicos e despachantes são maioria nesse segmento. Mas esse cenário vem sendo modificado. O último levantamento realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aponta um crescimento de 106% no número de licenças em atividade de mulheres – incluindo as licenças de pilotos privados de avião, helicóptero e linhas aéreas - emitidas pela ANAC, excluindo a carreira de comissário de bordo que sempre teve mais profissionais mulheres. No total, o Brasil tem 1.465 mulheres pilotos contra 46.556 profissionais masculinos.
Patrícia Ramanauskas, tem 25 anos e é pilota de avião comercial. Para ela, a profissão traz os lados positivos e negativos de viajar muito. Isso porque, ela conhece muitos lugares diferentes, mas às vezes o trabalho é cansativo, “a maior dificuldade é a distância. A aviação é muito dinâmica. Tem que estar disposto a deixar as raízes”.
A pilota diz que não sofreu preconceito na aviação em nenhuma empresa que trabalhou e que a maior estranheza vem dos passageiros, “pra quem é do meio é comum, na Europa, Estados Unidos. Tem a questão da cultura, a gente sofre um preconceito normalmente dos passageiros.”. Patrícia finaliza dizendo que existem algumas piadinhas sem graça, mas que “os comentários positivos são maiores que os negativos”.
A advogada Juliana Sícoli acredita que a nossa Constituição Federal, a CLT e as leis complementares estão bem amparadas em direitos e igualdade. “A lei não faz uma previsão de todos os casos específicos, mas é muito abrangente. O que a gente precisa fazer é buscar melhores alternativas para aqueles casos específicos. Há uma proteção muito grande sim, o movimento em torno dessa luta de igualdade ainda continua”. Juliana ainda reforça que tanto o preconceito quanto o assédio são discriminações passíveis de punições severas ao infrator.
Jornalismo e Modelos de Negócio - professor Edson Rossi
SIMULAÇÃO DE UM PRODUTO JORNALÍSTICO
REVISTA "AMON" - VERSÃO PORTUGUÊS E INGLÊS
Reportagem Transmídia - professor Adauto Molck
PRODUÇÃO DE SITE JORNALÍSTICO TRANSMÍDIA